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Ho'oponopono: libertação emocional pela antiga prática havaiana


Em meio a um grande turbilhão de mudanças intencionais que fiz em minha vida, dentre as quais me tornar vegetariano e retomar a prática diária da meditação, há pouco mais de um ano conheci o Ho’oponopono por meio do meu grande e iluminado amigo e mestre Ivan Barreira Cheida Faria.

Aprender a respeito desta antiga prática havaiana teve impacto profundo na forma como vejo responsabilidade e corresponsabilidade nas adversidades (e em acontecimentos positivos também) no meu dia-a-dia e nas minhas relações com outros. Ao ouvir e refletir nas profundas lições da oração e conscientemente tentar agir e empregar suas palavras-chave (eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato), passei a entender a enorme importância e poder do perdão e do amor, bem como a origem de muitos (possivelmente todos) conflitos que atrapalham o progresso emocional das pessoas, inclusive e sobretudo as minhas. Hoje, entendo que se tenho conflitos com alguém, eles podem ter origem em minhas próprias ações, nessa ou em outras vidas. Quem sabe possam resultar até das ações de meus ancestrais. E tudo isso precisa de reparo.

Ho’oponopono (Ho Oh Pono), que pode ser traduzido como “tornar certo”, “corrigir”, também significa manter boas relações entre os membros da família e entre a família e os poderes supernaturais. É a reunião específica da família na qual relacionamentos são “corrigidos” por meio da oração, confissão, arrependimento, restituição e perdão mútuos.

Ho’o – fazer, causar, fazer acontecer

Pono – corrigir, tornar correto, colocar em perfeita ordem

Ponopono – (reduplicar), colocar em ordem, cuidar, conotando o que é social e moralmente aprovado e desejável

O Ho’oponopono é uma antiga técnica transformacional e de cura originária do Havaí. A mensagem simples que a técnica traz é assumir 100% da responsabilidade e sentir arrependimento e gratidão puros. E ela muda a vida de todos que entram em contato com ela.

Praticado originalmente por nativos havaianos, no passado, o Ho’oponopono era primariamente uma cerimônia baseada em grupo, utilizada para resolver problemas e disputas da comunidade. De fato, o processo tem vínculos e semelhanças com muitas das práticas xamânicas encontradas pelo mundo afora.

Os antigos havaianos já entendiam o poder da mente. Séculos antes da ciência ocidental, eles já tinham identificado a grande distinção entre as mentes consciente, subconsciente e supraconsciente e seu papel na formação de nossas circunstâncias atuais, de momento.

Este conhecimento era considerado tão importante que os havaianos construíram seu sistema de crença inteiro, o Huna (O Segredo), com base nele.

Então, o que, exatamente, é o Ho’oponopono? É de fato tão fácil assim? Funciona? Por que funciona? Como você pratica? O que ele pode fazer por você?

A entrevista a seguir com o Dr. Lhaleakala Hew Len, feita por Joe Vitale, um dos protagonistas do filme “O Segredo”, pode ajudar a responder algumas dessas perguntas.

“Há dois anos, ouvi falar de um terapeuta, no Havaí, que curou um pavilhão inteiro de pacientes criminais insanos sem sequer ver nenhum deles. O psicólogo estudava a ficha do preso e, em seguida, olhava para dentro de si mesmo a fim de ver como ele havia criado a enfermidade dessa pessoa. À medida que ele melhorava, o paciente também melhorava.

A primeira vez que ouvi essa história, pensei tratar-se de alguma lenda urbana. Como podia alguém curar a outro, somente através de curar-se a si mesmo? Como podia, ainda que fosse o mestre de maior poder de autocura, curar a alguém criminalmente insano?

Não tinha nenhum sentido, não era lógico, de modo que descartei essa história. Entretanto, escutei-a novamente, um ano depois. Soube que o terapeuta havia usado um processo de cura havaiano chamado Ho´oponopono. Nunca ouvira falar dele, no entanto, não conseguia tirá-lo de minha mente. Se a história era realmente verdadeira, eu tinha que saber mais. Sempre soubera que total responsabilidade significava que eu sou responsável pelo que penso e faço. O que estiver além, está fora de minhas mãos.

Acho que a maior parte das pessoas pensa o mesmo sobre a responsabilidade.

Somos responsáveis pelo que fazemos e não pelo que fazem os outros. Mas isso está errado.

O terapeuta havaiano que curou essas pessoas mentalmente enfermas me ensinaria uma nova perspectiva avançada sobre o que é a total responsabilidade. Seu nome é Dr. Lhaleakala Hew Len.

Passamos, provavelmente, uma hora falando em nossa primeira conversa telefônica. Pedi-lhe que me contasse toda a história de seu trabalho como terapeuta. Ele explicou-me que havia trabalhado no Hospital Estatal do Havaí durante quatro anos. O pavilhão onde encerravam os loucos criminais era perigoso.

Em regra geral, os psicólogos se demitiam após um mês de trabalho ali. A maior parte do pessoal do hospital ficava doente ou se demitia. As pessoas que passavam por aquele pavilhão simplesmente caminhavam com as costas coladas à parede com medo de serem atacadas pelos pacientes. Não era um lugar bom para viver, nem para trabalhar, nem para visitar.

O Dr. Len disse-me que nunca viu os pacientes. Assinou um acordo para ter uma sala no hospital e revisar os seus prontuários médicos. Enquanto lia os prontuários médicos, ele trabalhava sobre si mesmo. Enquanto ele trabalhava sobre si mesmo, os pacientes começaram a curar-se. "Depois de poucos meses, os pacientes que estavam acorrentados receberam a permissão para caminharem livremente", me disse. "Outros, que tinham que ficar fortemente medicados, começaram a ter sua medicação reduzida. E aqueles, que não tinham jamais qualquer possibilidade de serem liberados, receberam alta". Eu estava assombrado. "Não foi somente isso", continuou, "até o pessoal começou a gostar de ir trabalhar. O absenteísmo e as mudanças de pessoal desapareceram. Terminamos com mais pessoal do que necessitávamos porque os pacientes eram liberados e todo o pessoal vinha trabalhar. Hoje, aquele pavilhão do hospital está fechado".

Foi neste momento que eu tive que fazer a pergunta de um milhão de dólares:

"O que foi que o senhor fez a si mesmo para ocasionar tal mudança nessas pessoas?"

"Eu simplesmente estava curando aquela parte em mim que os havia criado", disse ele.

Não entendi. O Dr. Len explicou-me, então, que entendia que a total responsabilidade por nossa vida implica em tudo o que está na nossa vida, pelo simples fato de estar em nossa vida e ser, por esta razão, de nossa responsabilidade. Num sentido literal, o mundo todo é criação nossa.

Uau! Mas isso é duro de engolir. Ser responsável pelo que digo e faço é uma coisa, mas ser responsável pelo que diz e faz outra pessoa que está na minha vida é muito diferente.

Apesar disso, a verdade é essa: se você assume completa responsabilidade por sua vida, então tudo o que você olha, escuta, saboreia, toca ou experimenta de qualquer forma é sua responsabilidade, simplesmente porque está em sua vida. Isto significa que a atividade terrorista, o presidente, a economia ou qualquer coisa que você experimenta e não gosta, está ali para que você a cure. Tudo isto não existe, em realidade, exceto como projeções que saem do seu interior. O problema não está "neles", está em você, e, para mudá-lo, você é quem tem que mudar.

Sei que isto pode parecer difícil de entender, mais ainda de aceitar ou realmente vivenciar. Colocar a culpa em outra pessoa é muito mais fácil que assumir total responsabilidade, mas, enquanto conversava com o Dr. Len, comecei a compreender essa cura dele e que o ho'oponopono significa amar-se a si mesmo. Se você deseja melhorar a sua vida, você deve curar a sua vida. Se você deseja curar alguém, mesmo um criminoso mentalmente doente, você o faz curando a si mesmo.

Perguntei ao Dr. Len como ele curava a si mesmo. O que era, exatamente, que ele fazia, quando olhava os prontuários daqueles pacientes.

"Eu, simplesmente, permanecia dizendo 'Eu sinto muito' e 'Te amo', uma vez após outra", explicou-me.

"Só isso?"

"Só isso! Acontece que amar-se a si mesmo é a melhor forma de melhorar a si mesmo e à medida que você melhora a si mesmo, melhora o seu mundo".

Permita-me, agora, dar um rápido exemplo de como isto funciona.

Um dia, alguém me enviou um e-mail que me desequilibrou.

No passado, eu teria reagido trabalhando meus aspectos emocionais tórridos ou tentado argumentar com a pessoa que me enviara aquela mensagem detestável.

Mas, desta vez, eu decidi testar o método do Dr. Len. Comecei a pronunciar, em silêncio: "Sinto muito" e "Te amo". Não dizia isto para alguém, em particular. Ficava, simplesmente, invocando o "espírito do amor", para que ele curasse dentro de mim o que estava criando aquela circunstância externa. Depois de uma hora, recebi um e-mail da mesma pessoa, desculpando-se pela mensagem que me enviara. Eu não realizei qualquer ação externa para receber tal desculpa. Eu nem sequer respondi àquela mensagem. Não obstante, somente repetindo "sinto muito" e "te amo", de alguma maneira curei dentro de mim aquilo que criara naquela pessoa.

Posteriormente, participei de uma oficina sobre o ho'oponopono, ministrada pelo Dr. Len.

Ele tem, agora, 70 anos de idade e é considerado um "xamã avô" e é um pouco solitário. Elogiou meu livro "O Fator Atrativo". Disse-me que, à medida que eu melhorar a mim mesmo, a vibração do meu livro aumentará e todos sentirão o mesmo quando o lerem. Resumindo, na medida em que eu melhore, meus leitores também melhorarão.

"E o que acontecerá com os livros que eu já vendi e que saíram de mim?" perguntei.

"Eles não saíram", explicou ele, tocando minha mente, mais uma vez, com sua sabedoria mística.

"Eles ainda estão dentro de você. Porque nada está do lado de fora".

Seria necessário um livro inteiro para explicar essa técnica avançada com a profundidade que ela merece. Mas, aprendi que basta, apenas, o "querer" em nossa vida para curar e que existe somente um lugar onde procurar a cura: dentro de si. "Para curar, basta amor".”

Experimente você também. Ouça, reflita e envie a oração para aqueles com quem acredita ter dívida espiritual, com quem tem conflitos, com quem tem desavenças. Repita as palavras-chave (me perdoe, eu sinto muito, te amo, sou grato) uma e outra vez em seu dia, e não deixe de assumir a sua responsabilidade por esses conflitos. Se feito com intenção, processo pode ser liberador e curativo.

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